12 janeiro 2018

Devemos caminhar para que nossa Umbanda seja realmente respeitada.

Minha tristeza na Umbanda: falhas a serem corrigidas

Tristeza na Umbanda são palavras que nem deveriam estar na mesma frase, não é mesmo?
Neste texto enviado pelo irmão Antonio Carlos Evangelista há um desabafo Mas há também um alerta: será que isso não está acontecendo aí, no seu Terreiro?
***
Não desejo ditar regras, nem contrariar a nenhum segmento da Umbanda.
Muito menos contrariar a nenhum dirigente, sacerdote e muito menos demonstrar que seja um médium mais evoluído.
Ao contrário, me considero pequenino, embora com mais de cinco décadas dentro dessa maravilhosa religião.
Sou um eterno aprendiz!
Todavia, ao longo desses anos, por ter passado e visitado inúmeros Terreiros, Centros e Templos, não poderia deixar de mencionar a razão de minha tristeza na Umbanda e como corrigir as falhas:
Sabemos que nossos Terreiros, Centros, etc., possuem seus dirigentes e sacerdotes, o que nem sempre existia anteriormente.
A Umbanda nunca irá parar de nos surpreender devido os contatos que todos mantemos com nossos mentores, nossos Guias e Orixás.
Mas não se entende que, hoje em dia, ainda encontremos falhas que deveriam ser corrigidas de acordo com cada Casa, mas que digam respeito aos princípios básicos de um médium praticante.
Exemplos da minha tristeza na Umbanda:
– Médiuns que não sabem que a primeira coisa para ir a uma Gira deve ser sua preparação física (banhos), isenção de alimentos como a carne e outros que a Casa determinar;
– Isenção de ação sexual e principalmente se preparar espiritualmente por meio de meditação, leituras e oração;
– Ao chegar em seu Terreiro, dirigir-se ao zelador (que é a tronqueira).
– Ali, sauda-la e pedir que proteja a todos que lá estarão, aos trabalhos, que não haja interferências.
– Que antes de se preparar (troca de roupas), não se envolvam com assuntos que não digam respeito à religiosidade.
– Neste momento, não se envolver em política, doenças, fuxicos, reclamações, etc.
E mais:
– Adentrando no Terreiro, saber que deve pedir licença a todos que ali estão presentes (solo sagrado).
– Em seguida, saudar o congá, batendo a cabeça pedindo aos Orixás, seus Caboclos, seus Mentores, seus Guias em geral, que o medium esteja pronto para receber as incorporações com humildade e que venham a trazer a caridade para si, seus familiares e a todos que lá se socorrerem.
– Após a defumação, que é uma limpeza inicial de cada um e de suas guias, cantar o Ponto sem conversas.
– Bater a cabeça no chão, mostrando sua humildade e se apresentando aos seus elos de sua corrente, sem conversas.
– Ao atender como incorporado, jamais colocar seus consulentes de costas param o congá.
– Não jogar suas baforadas de charutos, cachimbo ou cigarro nas faces dos consulentes.
Além disso, há outros motivos que me levam a sentir tristeza na Umbanda.
Vários médiuns atendem determinadas pessoas que não estão com roupas adequadas (blusas com decotes, bermudas, mini saias, etc.).
Há também ocasiões em que o médium identifica um obsessor em alguém.
Ao invés de ir tratá-lo com respeito, mostrando-o onde ele está, mesmo que possa não acreditar que seja um obsessor, gritam, o que faz com que se houver mesmo um obsessor, certamente irá retornar de onde veio e perde-se a possibilidade de ser instruído.
Caso não seja um obsessor, a pessoa em si jamais voltará ao local por ter sido destratada, envergonhada e acreditar que é um lugar onde há repressão e não amor e caridade!
Há muitas outras pecularidades em diversos terreiros que visitei ou participei.
Visitei algumas onde imperam as “panelinhas”.
Isso pra não dizer privilegiados por dirigentes, sacerdotes, que tratam alguns como se fossem melhores, desprezando os demais.
Durante as consultas, vi muitos consulentes serem atendidos com decotes, bermudas, com joias, relógios, óculos de sol.
Será que eles entrariam assim numa igreja qualquer e seriam atendidos pelo padre ou pastor?
Normalmente, a assistência/consulência, aqueles que aguardam para se consultarem, ao invés de estar em silêncio ficam conversando.
Ao término da sessão, não entendem que deverão passar novamente na tronqueira para agradecer aos Exus e Pombagiras pela sessão.
Será que sabem os gestos que deverão fazer ou acreditam que somente mentalizar é o suficiente?
Vou parar por aqui pois são muitas as falhas que passam despercebidas.

Minha tristeza na Umbanda é que isso faz com que as Giras não sejam tão eficientes quanto poderiam.

Fico triste em notar que ao visitar outros Terreiros, mesmo com tanta informação e meios de aprendizado, seguindo os preceitos de cada Terreiro, ainda haja tanta negligência.
Devemos caminhar para que nossa Umbanda seja realmente respeitada.
E não somente pelos que lá vão pedir algo, mas principalmente por cada um de nós que nos ligamos à mediunidade.
Pois sempre a verdade é e será: “Umbanda é coisa séria para gente séria”.
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E você? Concorda com o autor do texto? Deixe sua opinião para nós!

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