OGÃS
São aqueles que cantam, os responsáveis pela orientação das curimbas (cânticos) e os que tocam atabaques.
ATRIBUIÇÕES DO OGÃ
preparar o atabaque;
cuidar do atabaque;
puxar todas as curimbas do terreiro, mediante a orientação do Babalorixá. O Ogã precisa ser feito no santo para saber diferenciar os toques próprios de cada Orixá e falange;
conhecer os pontos da gira mediante a orientação do Babalorixá;
preparar novos Ogãs, ensinando-lhes o uso e o trato dos atabaques.
TIPOS DE OGÃS
A palavra “Ogã” significa originalmente “aquele que bate, toca e canta”. Entretanto, com o passar dos tempos, torna-se cada vez mais difícil achar um Ogã que ao mesmo tempo “bata” corretamente para todas as vibrações e igualmente cante. Então surgiram as denominações:
Ogã de canto – aquele que só emite as curimbas;
Ogã de atabaque – aquele que “bate” em busca das vibrações;
Ogã de caboclo – embora já não seja mais realizada, a preparação do Ogã de caboclo refere-se a uma segurança muito importante para aqueles que, pelo toque dos atabaques, atraem as diversas falanges.
Normalmente, o Ogã não desenvolve sua mediunidade de incorporação, julgando muitos que até não a possua, embora na maioria das vezes tal fato não seja verdadeiro, pois, quando um médium se dedica mais a um tipo de mediunidade, os outros tipos diminuem, não significando que não existam. Assim , batendo e cantando para os Orixás e falanges, o Ogã torna-se um imã importantíssimo. Dessa forma, há necessidade de preparação, não pura e simplesmente como Ogã, que é amplamente realizada, mas sim no tocante ao assentamento do seu guia-chefe.
Todo médium tem um guia, mesmo que não tenha a mediunidade de incorporação desenvolvida e assim, para o Ogã, além da preparação normal, ou seja, o cruzamento para todos os Orixás e falanges, deve haver o assentamento para o seu guia-chefe, que deverá ser identificado pelo Babalorixá ou Ialorixá, o que permitirá maior firmeza ao Ogã, isolando-o de qualquer negatividade.
Os atabaques são chamados de Ilú na nação Ketu e Ngomana nação Angola, mas todas as nações adotaram esses nomes Rum,Rumpi e Le para os atabaques, apesar de ser denominaçãoJeje.No Candomblé Jeje os Ogãs são classificados como:
PEJIGAN que é o primeiro Ogã da casa Jeje. O mais velho de todos os Ogãs é geralmente o mais sábio.
RUNTÓ é o segundo, que é o tocador do atabaque Rum.
AXOGUN é um ogã de suma importância no Candomblé, pois é o responsável pela execução sacrificial dos animais votivos, e é um especialista no que faz.
No Candomblé Ketu os Ogãs são classificados como:
ALAGBÊ – O chefe dos tocadores de atabaques, os instrumentos de percussão.
OGÃ GIBONÃ – Zelador da casa de Exu, outro ogã de suma importância, pois seus conhecimentos ajudam na firmeza da casa.
OGÃ APONTADO – Pessoa apontada como possível candidato a Ogã. Equivalente ao Ogã suspenso.
OGÃ SUSPENSO – Pessoa escolhida por um Orixá para ser um Ogã, é chamado suspenso, por ter passado pela cerimônia onde é colocado em uma cadeira e suspenso pelos Ogãs da casa, significando que futuramente será confirmado e passará por todas as obrigações para ser um Ogã.
Há também outros Ogãs como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé.
No Candomblé Bantu os Ogãs são classificados como:
Tata NGanga Lumbido – Ogã guardião das chaves da casa.
Kambondos – Ogãs. Kambondos Kisaba ou Tata Kisaba – Ogã responsável pelas folhas.
Tata Kivanda – Ogã responsável pelas matanças, pelos sacrifícios animais (mesmo que axogun).
Tata Muloji – Ogã preparador dos encantamentos com as folhas e cabaças.Tata Mavambu – Ogã ou filho de santo que cuida da casa de Exu (de preferência homem, pois mulher não deve cuidar porque mulher menstrua e só deve mexer depois da menopausa, quando não menstruar mais, portanto, pelo certo as zeladoras devem ter um homem para cuidar desta parte, mas que seja pessoa de alta confiança).
Xicarangoma – O chefe dos tocadores de atabaques, os instrumentos
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