Linha Branca de Umbanda e Demanda
TESTEMUNHOS PARA A POSTERIDADE
Texto: Lilia Ribeiro; 1972
"De estatura mediana, franzino, cabelos grisalhos, olhar sereno e profundo, Zélio irradiava simpatia. Ao seu lado, sentíamos a vibração que emanava de sua figura miúda quando, entre o café e o cigarro, que não dispensava, na ampla varanda onde os pássaros voavam em liberdade, ao lado da esposa, Izabel, médium do Caboclo Roxo e companheira constante do seu trabalho mediúnico, e das filhas, Zélia e Zilméia, continuadoras da sua obra, relembrava, com extraordinária lucidez, os pormenores dos primórdios da implantação da Umbanda, evitando citar fatos que pudessem dar um relevo maior à sua situação pessoal. Certa vez, dizia ele, na roda de amigos que o visitavam quase todos os sábados: "Na minha família, todos são da Marinha: almirantes, comandantes, um capitão de mar-e-guerra... só eu é que não sou nada..." E o jornalista que se aproximava no momento, antes mesmo de se apresentar, retrucou: "Almirantes ilustres, capitães de mar-e-guerra, há muitos; o médium do Caboclo das Sete Encruzilhadas é um só..."
Fonte: Pai Evandro Fernandes
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