Comissão de Combate à Intolerância dará aconselhamento a agentes
Múltiplas crenças. Membros da CCIR e Liliane Lopes (de cinza) reunidos - Gustavo Stephan / Gustavo Stephan
RIO - Budistas, candomblecistas, judeus, católicos, hare krishnas, muçulmanos e adeptos de outras variadas crenças se juntaram à Polícia Civil do Rio em um projeto inter-religioso que terá início ainda este mês. Duas vezes por semana, membros da Comissão de Combate à Intolerância (CCIR) se revezarão em sessões de aconselhamento aos policiais na Cidade da Polícia, no Jacaré, Zona Norte da capital. Os agentes e seus parentes terão apoio religioso também em caso de acidente ou morte. No futuro, o programa deve oferecer palestras e seminários.
- Os agentes se envolvem em muitas ocorrências que causam desgaste emocional. Em alguns casos, eles podem preferir buscar o aconselhamento religioso a um psicólogo - explica a delegada Liliane Lopes, diretora de recursos humanos da Polícia Civil, acrescentando que entre 600 e 700 policiais passam pela Cidade da Polícia diariamente.
Segundo a delegada, o convívio com diferentes crenças terá como efeito mais tolerância:
- O papel da polícia é garantir direitos aos cidadãos, o direto à liberdade religiosa entre eles.
A visão é compartilhada pelo babalaô Ivanir dos Santos, interlocutor da CCIR:
- Podemos tornar seres humanos melhores, e a instituição, mais humanizada. As religiões são voltadas para o entendimento do indivíduo e prezam o respeito ao próximo.
Ele ressalta ainda que os religiosos participantes do projeto não vão praticar doutrinação.
- Estamos levando em conta que o Estado é laico, então esse não é um espaço de proselitismo, mas sim de aconselhamento. A ideia não é fazer propaganda de uma religião. Há participação de todos os segmentos, sem exclusão ou predominância de crença alguma - afirma.
POR DANDARA TINOCO
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