29 dezembro 2011

Professora umbandista sofre intolerância religiosa em escola pública

Maria Cristina Marques
Esta é uma notícia daquelas que me fazem ferver o sangue.
Uma professora de escola pública, umbandista, foi proibida de lecionar sobre a África aos seus alunos. Por quê? Por que a diretora, evangélica, e os pais de alunos evangélicos acham ruim que ela tenha dado uma aula sobre um livro de umbandismo.
Maria Cristina Marques, professora de Literatura Brasileira da Escola Municipal Pedro Adami, em Macaé – RJ, tentou lecionar sobre o livro “Lendas de Exú”, de Adilson Martins — que é uma obra recomendada pelo Ministério da Educação. Diz ela, em notícia-crime ao Ministério Público, que ela teria sido proibida pela diretora da escola, Mery Lice da Silva Oliveira, evangélica da Igreja Batista, de lecionar naquela unidade.
Depois do episódio, ela chegou a ser ameaçada pelas mães de alunos evangélicas a não dar mais aula sobre a África.
“Acusam-me de dar aula de religião. Não é verdade. No livro ‘Lendas de Exu’, de Adilson Martins, há histórias interessantes, são ótimas para trabalhar com os alunos. Li os contos, como se fosse uma contadora de histórias, dramatizando cada uma delas. Praticamos Gramática, e os alunos ilustraram as histórias de acordo com a imaginação deles. Não dá para entender por que fui tão humilhada. Até mães de alunos, evangélicas, me proibiram de falar sobre a África”.

Maria Cristina Marques, professora, 48 anos
Acho questionável ensinar um livro de umbanda numa sala de aula pública, mas sendo homologado pelo Ministério da Cultura é até aceitável. Não gostei mesmo foi das atitudes dos evangélicos nesse caso.

Um comentário:

  1. Creio, como cidadão, que o acesso ao conhecimento religioso nas suas mais variadas formas, seja um precioso recurso contra o preconceito, ainda mais aos jovens estudantes! Como umbandista, só tenho a lamentar que pessoas, como essa diretora, se utilizem da ignorância para propagar a intolerância e o desrespeito às religiões!
    Geraldo Teixeira, funcionário público, 34 anos

    ResponderExcluir