Mãe Beata de Yemonjá
"O Candomblé que eu acredito é aquele construído por todos, espaço e tempo de continuar. O Candomblé que eu acredito abomina a feitiçaria, o topa tudo por dinh
eiro, o materialismo desenfreado. O Candomblé que eu acredito tem no Òrìsà o início, o fim e o meio, último e único recurso. O Candomblé que eu acredito é o das velhas e negras senhoras, de fé inabalável e sabedoria que brota das raízes. O Candomblé que eu acredito adora árvores como deuses, e tem na vida seu bem supremo. O Candomblé que eu acredito é aquele onde o richilieu não suplanta valores e onde não se substitui a forma pelo conteúdo. O Candomblé que eu acredito resistiu a escravidão, ao porrete da polícia, a marginalização e demonização sempre lhe imputada. O Candomblé que eu acredito se faz no dia-a-dia, na convivência, na tolerância com o irmão, na humildade, e numa infinita paciência consigo e com os outros. O Candomblé que eu acredito não é um modismo, um suvenir, algo descartável que jogamos fora quando não nos serve mais. O Candomblé que eu acredito não é um show de estética extravagante, circo dos incaltos, mas um ritual de celebração a vida. O Candomblé que eu acredito é uma experiência vivida de amor pleno ao Deus Pai e Mãe, dentro e fora de nós."
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