Sempre que posso e quando encontro tempo, costumo visitar conterrâneos ilustres que vez por outra procuram me ajudar a conhecer pessoas que tanto fizeram e que continua a fazer ações em benefício de nossa amada terra Areia Branca.
Nessas visitas vou de encontro aos grandes mestres da história e da cultura local. E é com grande alegria que hoje eu escrevo essa crônica para falar de um ser humano de memória invejável. Falo do grande mestre José Jaime Rolim, para os amigos Zé Jaime.
Tive a honra de quando adolescente, ser aluno dele na antiga Escola Técnica de Comercio, hoje Escola Municipal Professora Geralda Cruz. Naquele estabelecimento Jaime lecionava a matéria Educação Moral e Cívica (EMC). Foi com Zé Jaime que eu e outros alunos aprendemos a escrever palavras corretas, pois o mesmo ditava cada palavra e depois corrigia minuciosamente cada caderno para confirmar que cada aluno escreveu de forma correta.
Eu aprendi muito com ele. Sempre fui e ainda sou um admirador assíduo do velho mestre. E ele sabia disso. Ficava feliz quando estava ao seu lado aprendendo muito sobre os usos e costumes do nosso povo de outrora e atual. Sinto-me privilegiado com tudo isso.
Como sempre em minhas escritas procuro contar um causo que aconteceu quando Zé Jaime era meu professor. Outro dia estava dentro da sala de aula e certa turma fazia algazarras que não deixavam os demais alunos estudarem. De repente fomos surpreendidos por nosso diretor e professor Jaime. Ele chamou logo a atenção da turma para que tivessem educação e não fizessem algazarra na sala de aula.
Eis que após a sua partida da sala de aula, a estudante Quinha de dona Naninha (im memoriam), soltou um produzindo um som parecido com o de uma flatulência. Zé Jaime virou-se para a turma e perguntou; “Quem de vocês soltou essa cafifa?”, e nenhum aluno se atreveu a falar o nome do autor do sopro estrondoso como também não sabiam que palavra era aquela. Com o silêncio, a classe toda foi suspensa.
De repente surgiu em meio de nós a aluna Aurilene de Chico Viriço que apontando com o dedo Quinha, a autora do sonoro sopro em sentido de deboche. Naquele momento eu comecei a rir com a cena engraçada ora acontecida. Foi quando ele olhou para mim e Quinha dizendo o seguinte; “Vocês vão para casa e só entrarão nessa escola amanhã”. Na passagem pelo portão principal Zé Jaime me chamou. Fui de encontro ao professor que me interrogou o seguinte; “Você tem algum trabalho para fazer hoje?” Eu disse que sim e falei da disciplina de História da professora Lilica. Jaime subitamente me mandou retornar para a sala de aula para fazer meu trabalho. Mais rápido tratei de ir para sala de aula antes que ele mudasse de opinião. O Diretor detinha muito respeito por todos que foram seus alunos.
Depois frequentei o Centro Espírita Pai José de Aruanda que foi presidido por ele onde por muitas vezes toquei rituais consagrados aos orixás e jurema sagrada na função de ogã. Sei e tenho a plena certeza que José Jaime tinha uma grande admiração por minha pessoa assim como eu tinha respeito por ele.
Sei que ao seu lado aprendi e muito a conviver com galhardia cada vivencia do nosso humilde povo, pois você foi um homem que esteve à frente do seu tempo com sua inteligência e sabedoria privilegiada. Ao mestre com carinho, minha eterna gratidão pelo tempo de aprendizagem. Seguiremos em frente meu ilustre mestre, Areia Branca te deve muito por sua obra e contribuição para a história dessa gente.
Paulo César de Brito
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