28 julho 2011

Nossos Boiadeiros

Uma das giras mais antigas dentro da Umbanda é a dos nossos queridos Boiadeiros.
Uma manifestação de espíritos daqueles que foram muito acostumados a terra de chão e tocavam o gado pelas estradas do interior de nosso Pais, em condições muito difíceis mas que nunca abalou a adoração desse povo pela lida no campo. Boiadeiro traz o seu sangue quente do sertão, e o cheiro de carne queimada pelo sol das grandes caminhadas sempre tocando seu berrante para guiar o seu gado.


Gosta de bebida forte como por exemplo cachaça com mel de abelha, que eles chamam de meladinha, mas também bebem vinho. Fumam cigarro, cigarro de palha e charutos. Seu prato preferido é carne de boi com feijão tropeiro, feito com feijão de corda ou feijão cavalo. Boiadeiro também gosta muito de abóbora com farofa de torresmo. Em oferendas é sempre bom colocar um pedaço de fumo de rolo e cigarro de palha. No Terreiro os Boiadeiros vêm "descendo em seus aparelhos" como estivessem laçando seu gado, dançando, bradando, enfim, criando seu ambiente de trabalho e vibração.


É uma linha de trabalhadores extremamente poderosa contra as demandas espirituais, são trabalhadores de grande força e também não andam sozinhos. Quando em guerra unem-se em legiões, o que os torna imbatíveis contra as forças do mal. Em seus pontos cantados, sempre de boa rima, está sempre a figura do boi e do cavalo. Simbolicamente o boi representa a situação sobre a qual não se pode perder o controle. Nas descargas espirituais afastam obsessores os quais são sempre amarrados fluidicamente e em seguida afastados do templo.

Atabaques: Dentro da ritualística de Umbanda existe um elemento de grande importância que é a Curimba formada por médiuns que se dedicam ao estudo dos cânticos ritualísticos.
Há uma grande influência dos boiadeiros no trabalho da curimba, pois eles regem suas forças e fundamentos.


Nossos Boiadeiros
Nossos boiadeiros, não dispensam um bom churrasco ou até mesmo um bom cabo de reio, bebem o que for dado a eles, mas a realidade cruel muitas vezes sugere a tão usada cachaça. Festeiros como só eles conseguem ser, com seus berrantes animam o ambiente no tocar do primeiro ponto.
Podemos destacar os seguintes nomes: Cipriano, Quincas do Laço, Serapião, Zé Fumaça, Zé das Mulas, Totonho, Zé da Porteira, entre outros.






"Joga laço, pega o laço,
Quero ver seu alazão
Joga o laço, pega o laço
Quero ver seu boi no chão!
Seu boiadeiro por aqui choveu!
Seu boiadeiro por aqui choveu!
Choveu e água rolou,
Foi tanta água que seu boi nadou!"

"Eu tenho meu chapéu de couro
Eu tenho a minha guiada,
Eu tenho meu lenço vermelho
para tocar minha vaquejada!"

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