20 junho 2011

As cores dos orixás e entidades

As cores são definidas e manipuladas pelas entidades de acordo com a energia do orixá em seu plano de atuação. Nem todos os terreiros seguem a forma exposta abaixo, por trabalharem com cores diferentes para cada linha, mas a idéia principal de uso passa por esses campos. Os dirigentes devem sempre explicar para seus filhos a razão da escolha feita para que não tenham a impressão de estar fazendo algo errado quando se depararem com casas que usam as cores de forma diferente das quais aprenderam.


Os fundamentos básicos para o uso de determinada cor seguem a linha e forma de atuação de cada orixá utilizando suas formas de trabalho, classificadas da seguinte maneira:

Oxalá / Branca - A união de todas as cores e vertentes direcionadas a ele. Todas as linhas podem utilizá-la
para garantir um bom efeito em suas oferendas. Simboliza a paz e traduz o caráter respeitoso na representação desse orixá.

Iemanjá / Azul clara - Representando as águas do mar e a limpidez de suas atribuições nos pedidos e oferendas a ela consagrados.

Oxum / Azul escura - Representando as águas doces e profundas. Direciona para o sentimento da doçura materna e tem certa tendência a lembrar os segredos inconfessos.

Oxóssi / Verde - Contempla a irradiação da mata em seu todo. Dá-se preferência a tonalidade escura, pois o que se busca com essa coloração é o contato com a energia central da mata em seu âmago.

Ossãe / Verde-clara - Irradia o trabalho feito por esse orixá em todas as folhas da natureza. Essa matiz dá a impressão do espaço aéreo da mata, onde todas as dores e doenças são tratadas e faz com que a área de atuação não se confunda com a de Oxóssi.

Ogum / Vermelha - A cor apropriada para um orixá de guerrilhas, pois representa a paixão e o fervor de suas lutas. Procura-se através dela a vibração energética da vitória, símbolo de sua atuação.

Xangô / Marrom ou cinza - Devido à sua atuação junto a terra e pedras. A busca da justiça em cores mornas, mas fortes, traduzindo em suas matizes a racionalidade desse orixá.

Preto-velho/ Branca e preta - Simbolizando os caminhos percorridos por essas entidades em campos astrais superiores e inferiores. A eterna divisão vida/morte, representada de forma poética lembrando nossa condição terrena.

Ibeji / Rosa e azul - O inicio da inocência pela cor das crianças na representação da menina e do menino. A pureza da lei demonstrada em tons suaves que aludem à infância.

Iansã / Amarela - Simbolizando a cor dos raios nas tempestades. A pujança da cor faz uma alusão clara ao temperamento explosivo e liberto da grande guerreira.

Nanã-Buruquê / Lilás ou roxa - Cor predominante da perseverança espiritual. Lembra-nos da morte quando voltaremos para a lama da qual fomos feitos e à qual Nanã é sempre ligada.

Obaluaiê / Roxa ou laranja - O roxo da perseverança espiritual aliado ao alaranjado do apagar de uma luz, representando as lutas, nem sempre ganhas, contra a peste e a morte.

Exu / Preta e vermelha - Onde o negro representa as faixas densas de trabalho utilizadas por essa linha, o rubro como marca da paixão e vivacidade. Deixa clara a duplicidade de energias despendidas por essa linha.

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