30 abril 2018

21º Encontro Umbandista Dir. Espirituais e 15ª Louvação S. Jorge


Domingo dia 29 de abril de 2018, participamos do 21º Encontro Umbandista de Dirigentes Espirituais e 15ª Louvação a São Jorge, na Tenda de Umbanda Cacique Pena Vermelha e Ogum Iara - Filhos do Cacique. Parabéns Mãe Maria Nazareth Dória e Pai Milton Alves pelas palavras de sabedoria. Gratidão a Mãe Sebastiana, Mãe Rita de Cássia e filhos, pela acolhida e carinho.



















 














 




 




Fonte: 
Instituto Cultural Confraria dos Pretos Velhos de Umbanda

28 abril 2018

Terreiro queimado por intolerância religiosa está sendo reerguido com ajuda de evangélicos


Terreiro queimado e depredado diversas vezes nos últimos tempos está recebendo uma ajuda inusitada.
Em atividade há 17 anos, o Terreiro de Conceição d’Lissá, localizado em Duque de Caxias (RJ), está sendo reconstruído com a ajuda de evangélicos.
Um grupo arrecadou mais de R$ 12 mil para as obras depois que o espaço foi parcialmente destruído em um incêndio.

Tudo começou numa manhã de sábado de fevereiro.
A pastora Lusmarina Campos, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, foi ao local acompanhada de três voluntários.
Objetivo: ajudar na remoção de entulhos – tijolos e pedaços de madeira que faziam parte do segundo andar do Terreiro, área atingida pelo fogo em junho de 2014.
Na época ela era presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do estado (Conic-Rio).
Isso ajudou Lusmarina a organizar a campanha de arrecadação, concluída no fim do ano passado, para a reconstrução do Templo.
“Logo que a gente ouviu sobre a destruição do terreiro, eu pensei:
‘Se em nome de Cristo eles destroem, em nome de Cristo nós vamos reconstruir’.
É extremamente importante dar um testemunho positivo da nossa fé;
porque o Cristo que está sendo utilizado para destruir um Terreiro está sendo completamente mal interpretado”, explica Lusmarina.
Aquele foi o oitavo ataque ao local de culto da Mãe de Santo.
Antes, tiros haviam sido disparados contra o Templo e a casa de Conceição.
Três carros de filhos de fé foram queimados.
A polícia ainda não identificou os responsáveis pelos crimes.
Para tentar se proteger, Conceição instalou grades e reforçou muros e cadeados do Templo.
Sem apontar suspeitos para o Terreiro queimado, ela afirma que os ataques têm cunho religioso:
“Não há roubo de televisão, rádio, uma porção de coisas que poderiam usar para fazer dinheiro. 
Não levam nada, só destroem.”
No ano passado, 71,5% dos casos de intolerância religiosa registrados no Rio de Janeiro foram contra grupos de matriz africana.
Crimes de ódio contra os adeptos de religiões como o Candomblé e a Umbanda também ocorrem em outras partes do país.
“É um fenômeno nacional, agora com essa face cruel, que já se expressou em 2008 e vem desde a década de 90, que são os traficantes instrumentalizados por grupos neopentecostais que atacam os Templos religiosos nas periferias e favelas”.
O comentário é do Babalaô Ivanir dos Santos, interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa.
O Babalaô acompanhou desde o início a ação de apoio ao Terreiro em Duque de Caxias organizada por Lusmarina.
“Esse ato é um divisor de águas na luta contra a intolerância religiosa no país”, comenta ele.
A entrega do dinheiro, com o maior aporte vindo de fiéis da Igreja Cristã de Ipanema, que é evangélica, foi celebrada no fim do ano passado com uma cerimônia inter-religiosa no Terreiro de Conceição.
Alguns dos que participaram tiveram de enfrentar críticas e ameaças, principalmente na internet e nas redes sociais.
Lusmarina conta que um youtuber evangélico gravou um vídeo em que incentiva outras pessoas a agredirem.
“Ele diz: ‘Pastora vadia, vagabunda…Tem que tomar tapa na cara’, de maneira muito agressiva e violenta.”
A exemplo da iniciativa tomada no Rio de Janeiro, a direção nacional do Conic decidiu criar o Fundo de Solidariedade para o Enfrentamento de Violências Religiosas.
A entidade já começou a receber doações e pretende criar um comitê inter-religioso que fique responsável por gerir o fundo.
Selecionará também as pessoas e espaços que precisem ser atendidos, em especial os de religiões de matriz africana.
As obras no Terreiro queimado começaram pela cozinha, que estava funcionando no quintal desde que a estrutura interna da casa foi danificada pelo incêndio.
“Quando eles vêm dar essa ajuda pra gente, é justamente [uma forma de] reconhecer que, primeiro, a gente sofre o ataque.
Depois, é reconhecer que a gente tem o direito de existir e professar o nosso sagrado”, comenta Conceição.
“Eles não vieram aqui pra me mudar, evangelizar ou dizer que o que eu faço está feio ou é do diabo. 
Vieram para dizer: ‘Faça aquilo que você crê. Eu vou te ajudar’.”

Esperamos que este Terreiro queimado seja o último.

O Umbanda Eu Curto parabeniza a pastora e os voluntários que estão ajudando.

Conheça Mais Sobre O Pai e Mãe de Santo – Umbanda e Candomblé

Ainda há muita falta de conhecimento a respeito das religiões afro-brasileiras em nosso país. Muitas pessoas confundem as práticas dessas culturas com magias negativas, sendo que elas são formas de expressão e cultos repletos de amor e respeito as Divindades nas quais os praticantes tem fé em sua existência.


Deixando a ignorância e a intolerância religiosa de lado, e abordando com carinho o tema, iremos falar um pouco mais sobre a função do Pai e Mãe de Santo, figuras que enfrentam diversas limitações para darem continuidade às suas raízes espirituais, e ao auxílio à diversas pessoas com todo seu conhecimento abençoado pela sabedoria e poder dos Orixás.


A importância do Pai e Mãe de Santo

Ser Mãe ou Pai de Santo, não diz respeito a somente nomenclaturas de alguém que cuida de um centro ou terreiro, o Babalorixá (Pai de Santo) ou a Yalorixá (Mãe de Santo) preparados são pessoas espiritualmente elevadas, capazes de guiar a vida de seus filhas e filhos de Santo, e elas se tornam responsáveis por cada uma dessas vidas e de suas orientações em seus caminhos.

Eles também podem ser conhecidos pelos termos: Pai de terreiro ou Mãe de terreiro, Babá, Taata, Chefe de terreiro ou Zelador de terreiro. Na Casa de Umbanda ou Candomblé, eles exercem suas posições como psicólogos, aconselhando os seguidores e procurando compreender e ensinar (através da verdade e compreensão Divina) os caminhos da vida de cada um que os procuram. Ou seja, não são responsáveis somente pelo contato mais elevado com os Odús, mas precisam também acolher aqueles que necessitam de informação e entendimento, tendo assim um trabalho delicado de transmitir da melhor foma a mensagem que recebem dos Santos de acordo com a necessidade daquele que o escuta.

Muitas pessoas começam a traçar o seu caminho espiritual e logo decidem abrir seu próprio terreiro, o que acontece também em qualquer outra religião e isso pode danificar a imagem de seriedade com que o Candomblé e a Umbanda trabalham, pois a falta de experiência e preparo desvirtua a organização e o desenvolver de uma verdadeira Casa de Santo. Esse é um ponto em que a ganância fala mais alto no ser humano e acaba ofendendo um trabalho sério e feito de coração em nome da verdade e das raízes dessa cultura afrodescendente.

Os Orixás são Divindades dotadas de grande sabedoria e poder, são uma representação pura da essência do Universo, para lidar com eles é necessário que haja postura, humildade e desprendimento, para poder melhor instruir. As pessoas que estão nesse mundo destinadas a serem guias espirituais, principalmente no nível de um Pai ou Mãe de Santo, precisam compreender o seu destino e aceitá-lo, entregar a sua vida a uma causa, pois a energia espiritual os levarão a esta posição, é um chamado muito forte, onde terão que abrir mão de muitos privilégios mundanos para atender aos Odús, e criar uma Casa onde, estará repleta de filhos oriundos do espírito e do coração, todos aguardando por uma Luz em suas vidas.

A finalidade requer muitos anos de estudo e prática e somente quem alcança tal patamar é capaz de manter com seriedade e respeito um terreiro, pois a Casa é o espelho da alma do Babalorixá ou da Yalorixá. Portanto, se você quiser conhecer mais sobre essas religiões, os Orixás da Umbanda ou do Candomblé, procure por uma casa séria, se informe e você não encontrará desilusões nem se arrependerá de se envolver com um culto tão lindo e profundo quanto aos que você verá nas religiões afro-brasileiras.


27 abril 2018

Hoje dia 27 de abril de 2018 em Rafard/SP Saravá Ogum!

Tenda de Umbanda Caboclo Samambaia e Vó Joana 
Mãe Cíntia Rodrigues e filhos

Saravá Ogum!
em Rafard/SP

Pai Evandro Fernandes

São João de Meriti lança campanha contra a intolerância religiosa

A ialorixá Mãe Martha Britto ainda lembra assustada dos murros que cerca de dez homens encapuzados deram no portão de seu terreiro, a Casa de Oxalá e Oxum, na Venda Velha, em São João de Meriti, Baixada Fluminense. O episódio aconteceu há dois anos. Ela deixava o local com filhos de santo quando foram cercados pelos criminosos.

Por Cíntia Cruz Do Racismo Ambiental
Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo




— Eles usavam luvas e toucas ninjas e diziam “Sai, Satanás’’. Tivemos que sair correndo — lembra a religiosa.

Para combater e prevenir a intolerância religiosa, será lançada na cidade, dia 25, a campanha “Diga não à intolerância religiosa’’, em defesa da liberdade religiosa, do estado laico e contra o racismo.

A cidade ficou em terceiro lugar na região — empatada com Mesquita — em número de registros de casos de intolerância na Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos.

Segundo o subsecretário de Direitos Humanos e Igualdade Racial, Marcelo Rosa, a campanha vai ser feita em parceria com as secretarias de Saúde e Educação:

— Vamos trabalhar isso nas escolas e nas unidades de saúde. Há casos de funcionários de hospitais que agem de forma preconceituosa com pacientes de religiões de matrizes africanas. Queremos evitar isso aqui.

Frei: “Racismo religioso”

A campanha “Diga não à intolerância religiosa” será lançada dentro do evento “Direitos humanos em defesa dos direitos’’, que será realizado na Praça da Matriz, no Centro. A ação será dia 25, das 9h às 17h, e vai levar à população informações sobre a defesa da violação dos diretos humanos.

Para o superintendente de Promoção de Políticas de Igualdade Racial de Meriti, Frei Tatá, há um racismo religioso que é responsável pelos ataques ocorridos:

— O racismo religioso é muito mais amplo do que a intolerância. Isso não acontece só nos terreiros, mas nas escolas, na família, nos relacionamentos.

Mãe Martha acredita que a ação deve se expandir para toda a região:

— A casa de matriz africana é um quilombo urbano. Espero que a campanha seja um espelho para a Baixada.

O pastor André Ribeiro, da igreja Shallom Nova Terra, comemorou o lançamento da campanha:

— Acreditamos no respeito a todos. Nos cultos, falamos de amor. Todos são filhos de Deus e devem ser amados.

Caminhada contra a intolerância em Meriti

Uma das ações da campanha será uma caminhada contra a intolerância religiosa, que será realizada em junho na cidade. Embora seja em Meriti, a campanha pode seguir para outras cidades da região. Mesquita já aderiu à iniciativa.

No lançamento da campanha, dia 25, a família de Mãe Beata de Iemanjá que morreu em maio, será homenageada.

Entre janeiro de 2017 e abril de 2018, foram registrados 112 casos de intolerância religiosa na Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos (SEDHMI). Deste total, 27 casos foram registrados na Baixada Fluminense, 3 deles em São João de Meriti.


O pastor André Ribeiro, Mãe Martha Britto e Frei Tatá: juntos em defesa do respeito.