12 maio 2012

A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), organiza um ato em frente à Prefeitura de São Gonçalo



Nesta quinta-feira, a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), organiza um ato, às 14h, em frente à Prefeitura de São Gonçalo. Ontem, a entidade divulgou uma nota em que relata a dificuldade de diálogo com as autoridades.


Segundo o comunicado, “a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), mais uma vez, tentou, na manhã de hoje, marcar audiência com a prefeita de São Gonçalo, Aparecida Panisset, para esclarecimentos sobre a demolição do imóvel onde a Umbanda foi fundada. Sem respostas, o grupo decidiu se reunir na porta da prefeitura, às 14h de amanhã (hoje).

A intenção é fazer com que Panisset possa explicar a omissão sobre a proposta de desapropriação e dialogar sobre o futuro do local”.

Na quarta-feira, umbandistas, espíritas e candomblecistas deram as mãos em um abraço simbólico em frente ao imóvel, localizado em Neves. No encontro, discutiram formas de cobrar dos poderes públicos medidas para combater a intolerância religiosa no município, que tem 26% de sua população — cerca de 236 mil pessoas — formada por evangélicos, segundo o Censo 2000 do IBGE. Já umbandistas, espíritas, espiritualistas e candomblecistas somam apenas 22.126 habitantes.

— Destruir um patrimônio desse é um descaso com a história e até mesmo uma burrice. O espaço poderia servir de museu, com documentação da história da umbanda. Poderia ser ponto turístico, gerando receita para o município — afirma o espírita Sidney Valle.

Prefeitura se pronuncia

Em nota, a Prefeitura de São Gonçalo afirmou que o valor histórico e cultural da casa onde foi fundada a umbanda “em nenhum momento foi defendido por aqueles que agora defendem sua preservação”. A prefeitura ainda ressalta que não houve comunicação formal por parte de movimentos religiosos nem de associações de moradores e que não tem gerência sobre a demolição, uma vez que o imóvel é particular. Mas destaca que defende a total liberdade de culto, e que serão checadas as licenças para a obra.

Desapropriação

Sobre a desapropriação do terreiro Caboclo Pena de Ouro, a prefeitura diz que “cabe esclarecer que não se trata da demolição de um centro espírita, mas, sim, da desapropriação de uma área total de 21 mil metros quadrados (...). A desapropriação faz parte de um projeto para a construção de uma Vila Olímpica com recursos federais. (...)”.

A prefeitura diz que o procedimento judicial está em fase de avaliação do imóvel e que todos os atos administrativos estão “escorados nas normas legais vigentes no País, principalmente, no que concerne ao livre exercício ao direito de culto, seja de qualquer natureza religiosa”.

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