16 janeiro 2019

Polícia identifica dois suspeitos de invadir terreiro de candomblé e agredir pai de santo com coronhada na Bahia


Babalorixá atacado durante invasão denuncia intolerância religiosa. Homens suspeitos não tiveram nomes divulgados.

Por G1 BA
15/01/2019 
18h40 Atualizado há um dia


A Polícia Civil da Bahia investiga dois homens suspeitos de invadir o Terreiro Ilê Axé Ojisé Olodumare, localizado no distrito de Barra de Pojuca, na cidade de Camaçari, região metropolitana de Salvador. A informação foi divulgada nesta terça-feira (15). Contudo, os nomes dos suspeitos não foram divulgados.

O crime ocorreu na noite do último sábado (12), durante uma celebração que reunia cerca de 150 candomblecistas. Na ação, o pai de santo do templo e um fotógrafo foram agredidos com coronhadas, e alguns visitantes tiveram pertences roubados. Seis homens participaram da ação.

O Babalorixá Rychelmy Imbiriba denuncia intolerância reliogiosa, porque, segundo ele, em todo o momento o grupo gritava palavras de ódio. "Teve todo um processo de xingamento, daí você percebe que não era só um assalto, mas um ódio da religiosidade, desse processo todo de axé, que a gente carrega. Foi um momento de terror, a gente não está preparado para uma situação dessa", contou.

Babalorixá foi agredido com coronhada no rosto por bandidos — 
Foto: Reprodução

Ainda de acordo com o pai de santo, cerca de seis homens participaram da ação. O grupo mandou que todas as pessoas deitassem no chão e entregassem os pertences, como celulares e chaves de carro. Algumas pessoas ficaram desesperadas e correram. Outras se renderam. Após a ação, os criminosos fugiram.

“Entraram aqui, seis homens armados, botaram as pessoas que estavam assistindo aqui, no candomblé, deitadas no chão, os ‘santos’ [pessoas incorporadas com entidades] que ficaram foram sacodidos pelos elementos. Foi um momento de muita dor e reflexão”, disse o Babalorixá.

De acordo com Rychelmy, o terreiro existe há 15 anos, mas está em Barra de Pojuca há 4. Até então, segundo o pai de santo, não havia nenhum registro de violência. Este foi o primeiro registrado no templo.

O caso está sob investigação da 33ª Delegacia Territorial da região metropolitana (DT/Monte Gordo), em Camaçari. Algumas testemunhas já foram ouvidas. Contudo, nenhum suspeito foi preso até a publicação desta reportagem.



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