Celebração das Águas de Oxalá pede paz entre as religiões
Na tarde do último domingo (10), milhares de pessoas participaram da celebração das Águas de Oxalá no Sítio Histórico de Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR).
O evento acontece há mais de trinta anos na cidade e, de acordo com a organização do ato religioso, os povos de matriz africana pedem ao orixá que os proteja e que a sociedade tenha mais tolerância com as religiões afrodescendentes.
De acordo com o sacerdote e membro organizador da festa, Alexandre L’omi L’odó, o evento “é um pedido de paz entre as religiões, uma luta contra a intolerância religiosa. Esse pedido, que você vê com tanta força, com tanta gente acontecendo, se torna real porque é a materialização de todos os bons pedidos. Então é muito forte participar dessas águas de oxalá, pois são as águas da vida e são as águas que nos lavam, que nos purificam para um novo ano”, explicou.
Depois da lavagem do adro da Igreja da Sé, o cortejo seguiu por várias ruas de Olinda, levando cada vez um número maior de pessoas que cantavam e dançavam ao som do afoxé. Para a ialorixá Beth de Oxum as Águas de Oxalá é um ato importante por mostrar que o povo de matriz africana ainda é forte.
“A igreja tomou as câmaras federais, o senado, as televisões e as casas das pessoas, mas nós ainda somos muitos e nós ainda somos fortes. Os povos de matriz africana precisam conviver com o direito ao credo, com direito à religiosidade. A gente não pode mais conviver com tanta intolerância, com a TV aberta de nossa casa satanizando o que a gente tem de mais sagrado. Eles querem tirar o orixá da alma brasileira, mas isso eles não conseguem, pois está na essência do nosso povo”, disse.
Acompanhe a nossa reportagem especial nas Águas de Oxalá.