NOTA DE SOLIDARIEDADE AO POVO INDÍGENA WAJÃPI
Nós, do Fórum de Diálogo Inter-religioso do RN, compromissados com a paz e a justiça, repudiamos veementemente a invasão dos garimpeiros às terras dos Wajãpi, no estado do Amapá, como também o assassinato de um dos líderes indígenas, Emyra Wajãpi de 68 anos, a quem prestamos nossa solidariedade.
Assassinaram um fiel guardião da mãe terra, cuidador da natureza. A tribo Wajãpi está de luto e em grande perigo. Querem lhes roubar a terra que lhes é de direito, dizimar a língua, costumes e cultura e a religião. Segundo contam os Wajãpis, os garimpeiros invadiram a aldeia com cães ferozes, espingardas, metralhadoras e óculos de visão noturna. De maneira humilhante, estão roubando seus alimentos, como macaxeira, batata e milho.
Em uma invasão extremamente violenta, a primeira depois de 30 anos de demarcação das terras indígenas dos Wajãpis, o Cacique Viseni Wajãpi denuncia que os garimpeiros estão agredindo mulheres, crianças e guerreiros da aldeia, segundo informa o jornal diário do Amapá. Uma situação humilhante para nossos irmãos e irmãs Wajãpis, pois estão em desvantagem diante do aparelhamento dos assassinos garimpeiros com armas pensadas de poder letal.
O povo Wajãpi pede socorro. Os garimpeiros permanecem no centro das terras Wajãpi. O presidente Jair Bolsonaro em declaração nas redes sociais, questionou sobre a morte do líder indígena, como também reafirmou seu desejo de legalizar o garimpo no Brasil.
Viva o povo Wajãpi, guardiões da mãe terra, guardadores da floresta. Que o Deus de amor e justiça nos ilumine nessa árdua caminhada com as minorias em tempos tão sombrios.
Axé, amém, oxente, assalamo alaikum.
Natal, 29 de Julho de 2019